quinta-feira, 1 de julho de 2010

o que mais doeu foi deixar minha bike sozinha. mas bola pra frente, isso são águas passadas. o gordo viado do filha da puta do L. se "ofereceu" pra me levar ao aeroporto, 50 mango, beleza, melhor do que pegar táxi e depois um ônibus incerto até lá. cheguei cedo, não sabia o que fazer, aliás, check in? pra que essa merda? por que não arranjam outro nome mais adequado para o lugar onde a pessoa tem que pegar passagem, é simples, por exemplo: PEGUEM SUA PASSAGEM AQUI E A GENTE APROVEITA E FICA COM SUA BAGAGEM! pronto!

após eu me sentar em meu assento super apertado e ver que a aeromoça tesudona acaba parecendo um traveco com tanta maquiagem, me desmotivei um pouco a ficar olhando pra bunda dela e fiquei tentando descobrir o que é esse cara ao meu lado, de terno, com jeito de homem de negócios, cara de estressado, um que de Soebl no ar. alguns livretos sobre santos. umas anotações sobre o "voo da águia"(?), me cheirava um pouco opus dei, mas deixei de prestar atenção nele, pra reclamar internamente do choro da criança, que durou 2 horas, até que a mãe percebeu que a criança queria passear pelo avião, era uma menininha bonitinha até, que conseguia tudo com choramingos chatos. havia um japa feio que dói também, mas era tão feio que nem merece comentários aqui. quando o mar de nuvens se abria dava lugar ao mar muito azul, provavelmente sobrevoavamos o mar baiano, que acabava em uma faixa de areia.

cheguei em recife, meu destino, outros ares, muito mais frio que são paulo, devido ao ar condicionado no talo, marca registrada de recife, acho que eles gostam de se sentir na europa, tanto que há um restaurante chamado le fondue, que segue a receita: ar condicionado no talo para seus clientes ressuscitarem ou mesmo estrearem seus casacos de pele e... fondue né, tudo a ver com o calor da cidade.

Já acomodado, em uma casa tipicamente brasileira com seus eternos puxadinhos, paredes pintadas mil vezes, de todas as cores, pisos antigos, que hoje voltam a ser cool e decorações das mais diversas; quadros retratanto todas as fases artísiticas já existentes, fotos estilizadas coloridas artificialmente de familiares mortos envolto a molduras ovais, tamancos holandeses, almofadas super coloridas de chita, etc, o mais puro design sincretista.

B, um dos cachorros da casa, um cocker, 16 anos, vive nos rondando, "vê" televisão o dia inteiro, mesmo quando não há ninguém em casa, a tv tem que ficar ligada para que ele não se sinta sozinho, o engraçado é que ele é cego e surdo. o outro cão não merece uma linha, só faz é latir pra mim.

fomos almoçar no dobradinha do gordo, barato, simples e bonzinho. cardápio quase perfeito, tudo que eu queria comer no nordeste, carne de sol de boi, de bode e de porco. fui de bode, delícia, acompanhamentos sem muita surpresa, luzes apagadas provavelmente para economizar, mas sentamos fora na luz do dia, em meio às mil baratas que barateavam pela calçada, uma subiu na minha perna, mas tudo bem a cerveja tava gelada, importante dizer, e as boas impressões de que essa férias serão muuuuuito boas se revelam no preço, só 3 real. delííííííícia.

a noite iria começar no bar central, mas tava lotado, nos sentamos em frente ao bar acauã, do outro lado da rua, onde mesas e cadeiras amarelam a rua e a calçada. cerveja, 3 real, caldinho de feijão mucho bom. o banheiro era gigaaaaante, cabia quase 1/2 pessoa e a cozinha suuuuper equipada. mas o importante mesmo é a cerveja, 3 real. depois, fomos pro iraq, da hora, bar punk nordestino fedendo a punk nordestino. Entre os frequentadores, 2 cachorros, a Baleia de Graciliano Ramos e seu filhote.
ai meu deus, tô perdido aqui no aeroporto, sei onde estou, mas sem saber pra onde ir. Check in